👋🏼 Olá! Chegou mais uma edição roundup da Offload. Nessa edição, você fica por dentro das coisas mais relevantes que aconteceram nos últimos dias no mundo de IA.

Nessa edição:

  • OpenAI lança seu browser e uma revisão da importancia dos browsers

  • WhatsApp bane ChatGPT e chatbots de propósito geral

  • Ferramenta: conheça a Granola

  • Os viéses culturais do ChatGPT

  • ASI vai acabar com a humanidade

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Roundup

🌐 OpenAI lança ChatGPT Atlas: o navegador com IA para desafiar o Chrome

Offload: A OpenAI acaba de anunciar o ChatGPT Atlas, seu primeiro navegador web nativo equipado com inteligência artificial integrada. Diferente de extensões ou plugins, o Atlas é um navegador completo que combina navegação tradicional com capacidades avançadas de IA, permitindo que usuários pesquisem, leiam, escrevam e executem tarefas complexas em uma única interface.

Detalhes:

  • Navegador nativo com IA embutida: é um navegador completo baseado em Chromium (projeto open-source que é a base do Crhome e outros), com ChatGPT integrado nativamente via barra lateral e comandos de voz/texto

  • Funcionalidades de agente: O Atlas pode executar tarefas complexas como preencher formulários, comparar preços em múltiplos sites, organizar informações e gerar conteúdo contextualizado a partir de páginas abertas

  • Privacidade e controle de dados: Implementa sistema de permissões granulares onde usuários autorizam explicitamente quais sites e dados a IA pode acessar, com opção de navegação privada sem coleta de dados

  • Disponibilidade escalonada: Beta pública já disponível para macOS e Windows (Plus, Pro, Team), com versão gratuita limitada a 5 comandos/dia

Se vc acompanha essa news há um tempo, deve se lembrar de algumas edições que trouxe mais movimentos sobre browsers dentro do contexto de IA. Nesta, queria aprofundar um pouquinho mais.

Por que Browser importa?

Antes: o browser como ponto de entrada da internet

Desde os anos 2000, o navegador é o “portal” para tudo o que o usuário faz online.
Empresas como o Google perceberam cedo que controlar essa porta significava controlar a experiência e, principalmente, o acesso à busca, que é onde está o dinheiro.

  • Busca padrão = dinheiro: o Google paga cerca de US$ 20 bilhões por ano à Apple para ser o buscador padrão no Safari. Isso garante bilhões de pesquisas diárias e, portanto, bilhões em anúncios. Além do Safari, Google para US$400mi para Mozilla para ser o buscador default do Firefox.

  • Chrome consolidou o monopólio: ao lançar o Chrome, o Google passou a ter seu próprio canal de distribuição e reduziu a dependência de acordos com terceiros. Com mais de 3 bilhões de usuários, o Chrome gera:

    • dados de navegação (comportamento, preferências);

    • integração direta com o buscador e o YouTube;

    • entrada para os produtos pagos (Workspace, Ads, Android, etc.).

Ter o browser é como controlar a “rua principal” da internet. Todo o tráfego passa por ali.

Agora: o browser como interface da IA

Com a ascensão da IA generativa, o navegador voltou ao centro do jogo mas com uma nova lógica.

  1. A nova camada: o agente.
    Em vez de o usuário digitar e buscar, ele conversa com um assistente (Atlas, Comet, Edge Copilot). O browser se transforma numa plataforma de execução de tarefas: pesquisar, comparar, reservar, comprar, tudo mediado por IA.
    Quem controla o browser, controla o agente padrão do usuário.

  2. O retorno do “default”.
    Assim como o Google pagava para ser o buscador padrão, agora o jogo será para definir qual agente padrão vem embutido. A OpenAI (Atlas), a Perplexity (Comet) e a Microsoft (Edge/Copilot) estão competindo por essa posição.

  3. Dados e contexto.
    O navegador é o ponto onde o agente vê o que você faz: que páginas visita, o que lê, o que compra. Essa visão permite respostas mais personalizadas, mas também novos modelos de monetização, como:

    • Sugestões e compras assistidas por IA;

    • Publicidade contextual com intenção real (muito mais precisa que o cookie);

    • Upsell de assinaturas (“IA Pro”, “copiloto premium”, etc.).

  4. Integração com o ecossistema.

    • O Edge empurra o Copilot e o Bing;

    • O Chrome usará o Gemini e o Bard;

    • O Atlas usa o ChatGPT e integra a loja de agentes. Cada empresa usa o browser como porta de entrada para seu ecossistema de IA.

O browser foi o centro da internet porque mediava o acesso à informação. Agora, ele volta a ser o centro porque vai mediar o acesso à inteligência.

Se antes a disputa era por quem mostrava os links, agora é por quem executa as ações e o navegador é o palco onde isso acontece.

Aqui está uma tabela resumo de mercado de browsers:

Nome

Empresa

Proposta de valor

Posição de mercado

Participação de mercado estimada*

Chrome

Google

Navegador generalista, multiplataforma, integração com busca e serviços Google

Líder absoluto

~ 69% global

Safari

Apple

Navegador padrão em iOS/macOS, integração total no ecossistema Apple

Desafiador (ecossistema fechado)

~ 15% global

Edge

Microsoft

Integração com Windows, IA (Copilot) e serviços corporativos

Desafiador moderado

~ 5% global

Firefox

Mozilla

Código aberto, foco em privacidade e independência de big tech

Nicho/alternativa

~ 2-3% global

Arc

Atlassian

Browser centrado em produtividade e IA colaborativa; integração com ferramentas Atlassian

Desafiador emergente

< 1% global

Brave

Brave

Privacidade e ads próprios; IA local e bloqueio nativo de rastreadores

Nicho/alternativa

~ 1-2% global

Comet

Perplexity AI

Navegador IA com busca conversacional e tarefas automatizadas

Novo entrante

Insignificante / em expansão

Atlas

OpenAI

Navegador IA-first integrado ao ChatGPT, agente que executa tarefas web

Novo entrante

Ainda sem dados públicos

Tudo isso para dizer: o navegador importa, MUITO.

Qual você usa? Eu uso o Arc 🙂 (porque tem split screen e um acesso a abas laterais)

🚫 WhatsApp bane ChatGPT e chatbots de propósito geral

Offload: A Meta anunciou mudanças na política de uso da API do WhatsApp que proíbem chatbots de IA de propósito geral, incluindo ChatGPT, Perplexity e assistentes similares, a partir de janeiro de 2026. A mudança não afeta empresas que usam IA como parte do fluxo de atendimento ao cliente, mas sim aqueles que usam o WhatsApp como front-end para chatbots conversacionais gerais.

Esta é uma mudança estratégica que afeta principalmente provedores de IA que oferecem assistentes standalone via WhatsApp, mas preserva o uso empresarial legítimo de IA para suporte, automação e atendimento ao cliente.

Detalhes

  • Proibição de assistentes de propósito geral: A partir de 15 de janeiro de 2026, serviços em que "grandes modelos de linguagem, plataformas de IA generativa ou assistentes de IA de propósito geral" constituem a funcionalidade primária serão banidos

  • Atendimento empresarial permanece permitido: Se a IA é usada como funcionalidade acessória dentro de um fluxo de serviço empresarial (FAQ, verificação, confirmações), a porta permanece aberta

  • Restrições técnicas: Meta alegou que os novos casos de uso de chatbots colocaram grande carga no sistema com volume aumentado de mensagens e exigiram tipo diferente de suporte que a empresa não estava preparada para oferecer

  • Exceção para Meta AI: A própria solução de IA da Meta permanece como o único assistente de propósito geral permitido, com recursos de geração de imagens, resumo de conversas e assistente virtual - claro.

  • Impacto em provedores de IA: OpenAI já confirmou que seu contato WhatsApp (1-800-ChatGPT) não funcionará mais após 15 de janeiro de 2026 - atualmente, 50mi de usuários usam o canal.

Porque importa:

A justificativa oficial da Meta é "proteger a experiência do usuário e prevenir sobrecarga do sistema", mas ela é estratégica para resolver o problema de concorrentes que usando whatsapp para distribuição de seus produtos.

Com mais de 3 bilhões de usuários, essa atualização também define uma direção mais enfatica de uma plataforma relativamente aberta para ecossistema (um pouco) mais fechado e controlado.

Importante: existe uma linha tênue entre permitido e proibido: a distinção entre "IA como funcionalidade acessória" vs "IA como produto principal" pode ser subjetiva. A Meta mantém discrição sobre o que se qualifica, criando risco regulatório para empresas na zona cinza.

Se sua empresa tem um percentual relevante de receita vindo deste canal, sinal amarelo. É valido auditar o fluxo e processos para avaliar o que poderia se enquadrar em “propósito geral” e evitar que seja banido - mesmo que temporariamente.

Outras coisas importantes

Senado debate IA na quarta: CCT discute avanços, impactos e necessidade de regulação com especialistas da indústria e academia.

Audiência focará em transformações no mercado de trabalho, questões éticas, viés algorítmico e necessidade de marco legal brasileiro para desenvolvimento responsável da tecnologia.

Discussão ocorre enquanto PL 2338/2023 (marco legal da IA) tramita no Senado após aprovação na Câmara, propondo diretrizes para uso transparente e proteção de direitos 🚦

Mais de 1.000 personalidades pedem proibição global de superinteligência: carta aberta exige moratória até que ASI seja comprovadamente controlável e público aprove criação.

Signatários incluem "pais da IA" Yoshua Bengio e Geoffrey Hinton, Steve Wozniak, Richard Branson e políticos - mas zero executivos de OpenAI, Google, Anthropic, xAI ou Meta.

Pesquisa mostra que 64% dos americanos querem parada no desenvolvimento de ASI até prova de segurança, com apenas 5% apoiando avanços sem regulação.

Carta sem os runners da corrida é como pedir pro Usain Bolt parar de correr enquanto assiste da arquibancada. Publicity > ação real. 🏃‍♂️

que diabos é ASI:

ASI (Artificial Superintelligence) é Superinteligência Artificial, um sistema de IA hipotético que superaria drasticamente a inteligência humana em todas as áreas: criatividade, sabedoria geral, habilidades sociais e resolução de problemas.

Os 3 níveis de IA:

ANI (Narrow AI) - IA Estreita

- O que temos hoje: ChatGPT, Siri, carros autônomos

- Especializada em tarefas específicas

AGI (Artificial General Intelligence) - IA Geral

- Nível humano de inteligência

- Capaz de entender, aprender e aplicar conhecimento em qualquer domínio

- Ainda não alcançado

ASI (Artificial Superintelligence) - Superinteligência

- Ultrapassa inteligência humana exponencialmente

- Poderia resolver problemas impossíveis para humanos

- Teórico e altamente especulativo

Amazon lança Quick Suite no AWS: plataforma agentic AI automatiza tarefas empresariais com agentes que executam workflows complexos sem supervisão humana.

Sistema permite criar agentes customizados via linguagem natural que integram com dados corporativos, executam análises, geram relatórios e tomam decisões baseadas em políticas pré-definidas.

Competindo com Microsoft Copilot Studio e Google Vertex AI Agents, AWS aposta em facilidade de deployment e integração nativa com ecossistema Amazon já dominante em cloud.

Agentes de IA viraram o novo "blockchain" - todo mundo lançando, ninguém entregando 100%. Mas AWS tem músculo pra fazer diferente. 💪

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